sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Trevisan: “A classe Contábil precisa se unir para avançar”

Trevisan: “A classe Contábil precisa se unir para avançar”


Para o desenvolvimento de ações e medidas públicas que contribuam para o desenvolvimento da profissão Contábil, é preciso ter maior proximidade entre as autoridades políticas e a categoria, a fim de que eles conheçam melhor a Contabilidade e percebam que as mudanças necessárias, principalmente no tocante à Legislação, não beneficiarão apenas os profissionais do setor, mas toda a economia do País. Essa é a opinião de Antoninho Marmo Trevisan, empresário, docente e Contador, fundador da Trevisan Escola de Negócios, com quase 50 anos de experiência na área.

Para ele, a categoria sempre teve uma postura servil em relação ao governo, não questionando as decisões tomadas, o que estaria causando sérios prejuízos ao setor. Em entrevista ao Portal Dedução, Trevisan argumenta que é preciso manter as autoridades sobre pressão, além de apresentá-las o que de fato um profissional da Contabilidade faz, para que seja possível avançar.

Portal Dedução: Neste ano, um profissional da Contabilidade terá de assinar a prestação de contas das campanhas eleitorais. De que forma o contador pode ser implicado em caso de comprovação de Caixa 2?

Antoninho Trevisan: Esse tema suscita debates sobre práticas contábeis e nos aproxima das autoridades governamentais. Esse primeiro ano será um aprendizado para nós, contadores, mas representa sim um salto em direção à transparência.

Nesse caso, entra o princípio da Lei da Lavagem de Dinheiro, que obriga o contador a denunciar a comprovação de fraude?

AT: A Lei da Lavagem de Dinheiro ainda está sendo entendida. É preciso compreender que não podemos ter justiceiros e que o contador é um conselheiro do seu cliente, um balizador, mas no fim as decisões são tomadas pelo contratante. Por isso, em caso de fraude confirmada, não seria correto aplicar a mesma penalidade ao real responsável - o administrador - e ao profissional da Contabilidade.

Qual a importância da entrada de representantes da Classe Contábil no Legislativo?

AT: As autoridades ignoram o que fazemos e para que haja avanços significativos, eles precisam entender como funciona, de fato, o repasse de informações. Tenho acompanhado esforços interessantes, como o engajamento dos auditores, através do presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – Ibracon, Eduardo Augusto Rocha Pocetti, e dos empresários, com o Sérgio Machado Approbato Júnior, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Estado de São Paulo – Sescon-SP. Mas tudo é muito recente. É preciso que haja maior união da Classe Contábil em prol de um objetivo e mais participação dos jovens, que ainda têm pouca expressão nesse sentido.

Você acredita que haverá uma reforma tributária no Brasil?

AT: Esse é o sonho de todos que conhecem ao menos um pouco do nosso sistema tributário. Integro o Conselho de Desenvolvimento Social da Presidência da República há 10 anos e nesse tempo vi que falta conhecimento por parte do Legislativo com relação a isso. Nem todos se preocupam em conhecer o sistema contábil. Nos últimos anos tivemos uma overdose de Legislação. No entanto, os legisladores criam as leis para facilitar o seu trabalho, sem pensar na burocracia que será gerada a partir dela. Criam novas leis para o combate à corrupção, por exemplo, e elas não resolvem o problema, por causa da impunidade. Muito é culpa nossa, pois os deixamos isolados, quando deveríamos estar em cima, cobrando retorno.

Como docente e empresário do ramo da Educação, a formação dos futuros profissionais da Contabilidade está aquém do necessário para o bom desenvolvimento das atividades requeridas pela profissão?

AT: Sim, bem aquém do ideal. Os mais de mil cursos brasileiros não são de primeiro nível, muito em virtude do seu preço reduzido. Falta investimento das faculdades nesse sentido. Estamos formando técnicos e não profissionais que aconselharão os seus clientes ou empresas no futuro. Mais do que ensinar a prática, precisamos estimular o pensamento como um todo. Nas minhas palestras sempre aconselho os contadores a não casarem com alguém da mesma área. É uma brincadeira, mas há um fundo de verdade, porque se relacionar com pessoas que possuem outra visão de mundo nos agrega conhecimento e abre horizontes. É preciso que um profissional da Contabilidade conheça sobre arte, história, filosofia... Não podemos nos limitar ao básico. Nas universidades, já ocorre o oposto: há muito investimento na área acadêmica e pouco para o que de fato será usado no dia a dia. É preciso abrir o mundo acadêmico para o mercado de trabalho.

Os cursos extracurriculares, muito oferecidos pelo Sescon-SP, pelo Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo – CRC SP e pelo Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP, não suprem essa carência?

AT: Esses cursos ajudam bastante na parte técnica, mas a base deve ser dada pelas faculdades. Posso falar porque trabalho com isso e já fui professor. Na minha escola, a Trevisan Escola de Negócios, nós capacitamos os professores para que eles possam passar da melhor forma o conteúdo aos estudantes. O papel do docente é encantar os estudantes com a Contabilidade, estimulá-los. Tivemos muitas mudanças nas normas contábeis nos últimos anos e temos a consciência da importância que essas novas
informações terão para os nossos alunos. Já temos em nossa grade curricular a abordagem do Sped, por exemplo. No exame de suficiência do CFC, temos uma média de aprovação de 83%, enquanto a média geral é de 40%.

Katherine Coutinho
http://www.deducao.com.br/noticia/662-trevisan-a-classe-contabil-precisa-se-unir-para-avancar
REVISTA DEDUÇÃO

Fonte: Jornal Contábil ( http://www.jornalcontabil.com.br/v2/Contabilidade-News/4724.html )

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Dica do Prof. Jorge Eduardo Scarpin para resolver balanços nas provas.

"Dica do dia para estudantes de contabilidade. Como resolver o desespero quando o balanço não bate na hora da prova."

Jorge Eduardo Scarpin


Dica que foi postada no Facebook.

Dicas para balanços